Informação Sumária

 

Padroeiro: S. Tiago. 

Habitantes: 576 habitantes (I.N.E.2011) e 652 eleitores em 05-06-2011.

Sectores laborais: Agricultura, pecuária, panificação e hidroeléctrica.

Tradições festivas: Senhora de Agonia, S. Tiago, S. João e Santo André.

Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja Paroquial, Cruzeiro da Senhora da Piedade, Capelas de Santo André, de S. Gregório, da Quinta da Parede Nova, de Santo Abedão, da Senhora da agonia e de S. João e Altos da Pena e de Góis.

Gastronomia: Arroz de lampreia, sarrabulho e enchidos de porco.

Colectividades: Rancho Folclórico da Freguesia de Sopo, Clube Desportivo de Sopo, Associação Cultural e Recreativa Bombos de S. Tiago de Sopo e Conselho Diretivo do Baldio de Sopo.

 

Aspectos Geográficos

É uma das 15 freguesias do concelho e julgado municipal de Vila Nova de Cerveira, distrito administrativo e Diocese de Viana do Castelo.

Dista 8 Km da sede do concelho, sendo servida pelas estradas de Vila Nova de Cerveira (E.M. 516), Gondarém ( Calvário ) – France, Vilar de Mouros (E.M. 517), e Covas (E.M. 516).

Tem uma área aproximada de 10 Km2. É composta pelos seguintes lugares: Aboi; Aldeia; Ameal; Assamonde; Baneira; Barros; Bouça; Cabral; Calvário; Campo Redondo; Carreiro; Carvalha; Cimo de Vila; Cortinhas; Cortinhela (Vale de); Costa; Crasto ou dos Mouros; Criaz; Curros; Espinhosa,’ France; Gávea; Góes ou Gois; Gregório; Igreja; Pardelhas; Paços ou Passos; Pinheiros; Pontelha; Pontilhão da Costa (Largo); S. André; Samonde ou Semonde; Senhor da Agonia; Torre; Trás do Outeiro; Vale; Vale das Donas; Veiga; Veiga da Senrra.

Confronta a Norte com Covas e Loivo, a Sul com o Rio Coura, a Nascente com Covas e a Poente com Gondarém; Vilar de Mouros (Caminha).

A freguesia de Sopo, está situada num monte, muito abundante em água, e por isso muito fértil.

É atravessado pela Ribeira de Real; pelo Regueiro do Nascente, pelo Regueiro das Amoladouras, pelo Regueiro da Buraca do Pedro e pelo Regueiro do Coura. A Ribeira e os Regueiros desaguam no Rio Coura.

Existem duas Matas a referenciar: a Grande e a de Valboa (311 m).

Designa-se ainda os Penedos das Casinhas ( 390m) e os Penedos da Castanheira (550m).

 

Resenha Histórica

A respeito da história da Freguesia, no Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo, pode ler-se textualmente:

«Em 1258, é citada na lista das igrejas, situadas no território de Entre Lima e Minho, que pertenciam ao bispado de Tui. Neste documento, cujo original se encontra na Torre do Tombo, denomina-se “Zopo”.

Quando, em princípios do século XVI, as freguesias de Entre Lima e Minho, da comarca eclesiástica de Valença, foram incorporadas na diocese de Braga, D. Diogo de Sousa mandou avaliar aqueles benefícios eclesiásticos.

O seu rendimento foi calculado em 115 réis. Situava-se no concelho de Caminha.

Em 1546, na avaliação das mesmas freguesias de Entre Lima e Minho, mandada efectuar pelo arcebispo primaz D. Manuel de Sousa, São Tiago de Sopo, inserida ainda na comarca de Caminha, rendia 46 mil réis.

O Censual de D. Frei Baltasar Limpo, na cópia de 1580, que o Padre Avelino J. da Costa consultou para a elaboração do seu livro “A Comarca Eclesiástica de Valença do Minho” refere que São Tiago de Sopo, ainda na comarca de Caminha, se dividia em duas, pertencendo a metade sem cura ao arcebispo e sendo a outra, com cura, da apresentação de padroeiros leigos. Anotou-se ainda no aludido Censual que o arcebispo D. Diogo de Sousa confirmara uma doação do padroado da metade com cura de Sopo, feita por certas pessoas ao marquês de Vila Real. Este cedeu, depois, o direito do padroado a seu filho, duque de Caminha, tendo sido esse direito incorporado na Casa do Infantado, por pai e filho se encontrarem implicados na conspiração contra .D. João IV.

Em termos administrativos fez parte, em 1839, do concelho de Monção e, em 1852, do de Vila Nova de Cerveira. Tendo sido anexada ao concelho de Caminha, por decreto de 12 de Julho de 1895, que extinguiu o de Vila Nova de Cerveira, voltou a este, com a sua restauração em 1898, feita pelo decreto de 13 de Janeiro.»

A IGREJA PAROQUIAL

A Igreja Paroquial de Sopo é um digno templo do século XVIII, edificado em granito da região, lavrado pêlos canteiros da terra. Tem configuração rectangular, e na torre sineira, com data de 1773, sobressai no ângulo frontal do lado direito um brasão artístico, com os símbolos de S. Tiago. E emoldurada por um portal central, com data de 1769, esteticamente de bom gosto, donde sobressaem duas colunas paralelas com capiteis jónicos. Na parte superior do portai, destaca-se um frontão curvo, recortado e rematado por uma janela, tendo epigrafada a data de 1771, no remate do brasão. No ano de 1927, foi esta Igreja alvo de profundas obras de restauro.

Tem magníficos altares (7), em talha dourada sendo majestosa pela sua muita altura – pé direito. Na parede exterior da sacristia Norte – a Igreja tem duas sacristias laterais -, lê-se a data de 1830, ano em que foi construída a sacristia. O oratório é do Século XIX.

Existem na Freguesia de Sopo, as seguintes capelas:

CAPELA DE S. SEBASTIÃO

Situada no lugar de Aboi. Vem referenciada nas Memórias Paroquiais de l758. Na tribuna tem do lado esquerdo S. Sebastião; do lado direito N S da Rocha e ainda fora da tribuna N. S da Conceição.

Esta capela já é referenciada em Obrigações da Ermida de S Sebastião Ano 1578, Caixa 244, Folhas 20, cujos documentos se entram no Arquivo de Braga da Universidade do Minho, Index do Arquivo da Sé.

CAPELA DE SANTO ANDRÉ

Esta capela veio do lugar de S. André, existindo um cruzeiro neste lugar.

Em 1758 (Memórias Paroquiais), estava e está situada no lugar da Espinhosa. Tem a data 1682, inscrita no frontispício. É uma capela com planta rectangular, fachada de concepção parca, com beirais curvos.

As dimensões do templo, são reduzidas e no seu frontal existe um pequeno campanário rematando a cornija bem como as duas belas e elegantes colunas nos topos dos cunhais.

Na sua frontaria deparamos apenas com o seu portal de simples tossa e tranqueiros, ladeada por dois janeletes de tipo rectangular, sendo todo o seu adro murado e vedado com um simples portão em ferro forjado e de grande singeleza.

Existem os seguintes santos: Santo André ladeado por N. Senhora dos Remédios e N. Senhora das Necessidades.

CAPELA DE S. GREGÓRIO

Esta capela consta na relação das Memórias Paroquiais de 1758 Este templo está situado no lugar da Aldeia ou de S Gregório, próximo da Quinta de Santiago. É uma capela de planta rectangular com fachada simples, acabada em frontão curvilíneo, tendo um campanário ao centro. Os beirais da cornija são moldurados. Junto à capela existe uma fonte e um lavadouro. Venera-se este Santo Papa Gregório cognominado Magno devido às suas insignes acções, no dia 3 de Setembro, data da sua consagração

CAPELA DE SANTO ABEDÃO

A capela de Santo Abedão ou Abedon ou Abdão ou Abdon ou ainda Eudão, situada no lugar de Pardelhas, no meio de um lameiro, rodeada por salgueiros e muita vegetação. É um edifício que data do século XVII, o qual sofreu alterações no século XVIII, devido a obras de restauro e conservação, por isso descaracterizada. Em Portugal existe só mais uma capela, com devoção a este Santo, -Correlhã – Ponte de Lima. Esta indicação vem referenciada em: “A Capella de Santo Abdão na Correlhã” de Figueiredo da Guerra – Viana 1924; em “As Vilas do Norte de Portugal” de A. Sampaio e “Vida e Regra de S. Fructuoso Bracarense” de Caetano do Amaral.

O arqueólogo arcoense Felix Alves Pereira, explica a devoção a este Santo, nestas paragens, por influências bizantinas, que se fizeram sentir na Península Ibérica no inicio da Idade Média.

CAPELA DE S. JOÃO BAPTISTA

A Capela de S. João Baptista, localiza-se no lugar de France.

Este templo possui alguns elementos arquitectónicos que indiciam a sua origem seiscentista.

O seu interior de formato rectangular, contém tecto em forma de masseira, a sua diminuta capela mor é separada do corpo da capelinha por um arco cruzeiro de meia volta.

O altar tem S. João Baptista ladeado pelo Sagrado Coração de Jesus e S. António.

Outros santos, são venerados nesta capela: N. Senhora de Fátima e S. José. A voz do povo – que faz lei – diz ter havido antigamente no altar desta capela, uma imagem de S. João Baptista, trazida de S. João de Arga.

Posteriormente desapareceu, voltando ao seu lugar primitivo.

Esta capela consta das Memórias Paroquiais de 1758.

Venera-se este Santo a 24 de Junho.

CAPELA DE N. S. DOS REMÉDIOS

A capela de N. Senhora dos Remédios, que era particular, desconhece-se a sua localização, mas a existência dela, não merece dúvidas, pois vem mencionada nas Memórias Paroquiais de 1758, tendo sido proprietário o Sr. João Gonçalves Gamei. Presume-se que tenha vindo do lugar dos Crastos, também conhecido pelo lugar dos Mouros. Com a extinção da capela, a Santa Padroeira – N. Senhora dos Remédios – foi deslocada para a capela de S. André. É referenciada em Obrigações Afab. Capela de N. S. dos Remédios Ano 1651, Livro 34, Folhas 207v, cujos documentos se encontram no Arquivo de Braga da Universidade do Minho, Index do Arquivo da Sé.

CAPELA DE SANTO ANTÓNIO

A capela particular de S. António, situada no lugar do Vale, consta nas Memórias Paroquiais de 1758. Em tempos esteve sob administração do Sr. António Leite Pita. Foi restaurada em 1991.

Esta capela também é conhecida pela Capela da Quinta da Parede Nova ou do Novato. 

O seu adro frontal ainda hoje apresenta vestígios de ter sido um pequeno mas belo jardim, onde abundam os buchos, podendo verificar-se pela existência das várias colunas cilíndricas de granito que o mesmo terá sido coberto noutros tempos.

A cobertura deste templo, tem a particularidade de ser feita em blocos de pedra.

Presume-se que seja do século XVI, de estilo renascentista.

Venera-se este Santo Pontífice a 13 de Junho.

 

CAPELA SENHOR JESUS DAS BOUÇAS

Desconhece-se a localização desta capela particular. Localizava-se talvez no lugar das Bouças. Vem mencionada nas Memórias Paroquiais de 1758, referenciando, como seu administrador o capitão de Ordenanças João Lobo de Mesquita.

CAPELA N. S. DA AGONIA E DE SANTA RITA

Localizada no lugar de France. Inicialmente era só designada por Capela de N. Senhor da Agonia. É uma capela de grandes dimensões com planta rectangular, de frontispício imponente e de arco abatido. Na frontaria de cantaria, por cima do janelete, tem epigrafada a data de construção – 1827. A data inscrita na pedra do pináculo do sino é de 1897.No adro existe um cruzeiro com duas imagens esculpidas em pedra.

 

CAPELA DE SANTO ANTÓNIO

No lugar de Cortinhas, existiu uma Capela particular em honra de S. António. Junto à Capela, e em tempos remotos viveu um eclesiástico que foi Bispo em Luanda.

Actualmente da capela só resta a entrada em arco ogival de pedra.

De momento serve de adega, ao proprietário.

Foi-nos dito que a imagem de S. António existente na referida capela, teria sido transferida para a capela de S. Tomé em Mangoeiro -Gondarém.

Fontes consultadas: Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo e Monografia do Concelho de Vila Nova de Cerveira, Freguesia de Sopo 1 Volume

251 794 740
freguesiadesopo@sapo.pt
 
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